25 de mai. de 2015

Acabei Colecionando Perguntas



Abri o Word e comecei a escrever. Queria algo bonito, inspirador, que faz suspirar. Queria algo especial, como um sonho, uma fantasia de menina. Mas não consegui. A verdade é que as palavras somem quando tento fugir do que meu coração está sentindo. Elas me abandonam quando tento mascarar meus sentimentos, fingindo estar inspirada e feliz. Eu não estou feliz, não estou inspirada. Sendo honesta, minha vida está um caos. Portanto, achei que deveria escrever aquilo que realmente está dentro de mim. Toda essa angústia, essa indecisão, essa confusão. Tudo aquilo que eu não deveria colocar no papel. No entanto, colocar tudo isso para fora nunca pareceu tão assustador.

Eu sumi. Tentei me esconder, fugir, desaparecer. Queria estar bem longe. Longe dos pensamentos que borbulham em minha mente, longe dos comentários que sou obrigada a ouvir. Queria me teletransportar para algum lugar paradisíaco, algum lugar que abrigasse a paz, o silêncio, a calmaria. Queria um lugar em que eu pudesse deitar, olhar para o céu e procurar formas nas nuvens, sentir o vento acalentar minha pele e ouvir as ondas batendo nas pedras. Queria qualquer lugar, menos aqui. Mas admitir isso em voz alta, com a caneta marcando firmemente o papel, é doloroso demais.

Imagine ter tudo. Amor, carinho, amigos, família, felicidade. Ter tudo o que uma pessoa pode querer e, mesmo assim, desejar fugir. Soa no mínimo egoísta. Como se não fosse o suficiente. O quão irônico seria se eu dissesse que é exatamente o contrário? E não, eu não estou maluca. Só estou desesperada, procurando por respostas que não querem ser encontradas, fazendo milhões de perguntas, vivendo diversas vidas e perdendo as esperanças.

A verdade é que eu não tenho certeza sobre nenhum aspecto da minha vida. É tudo um perfeito borrão. Meus objetivos mudam a cada nova experiência, minha visão de mundo e realidade é sempre alterada. Se nem meus textos saíram ilesos dessa mudança repentina de  personalidade, quem dirá todo o resto...

Eu só queria ter respostas. Saber para onde vou, o que será de mim, se os meus sonhos serão realidade e se a felicidade não será apenas uma brisa em uma tarde de verão. Só queria uma luz, algo que me mostrasse o caminho, que me ensinasse o que fazer para transformar minha vida em algo melhor, em algo mais parecido comigo. Porque acredite, eu e a minha vida não temos muito em comum. Comédia ou tragédia? Ah, não consegui escolher...

Seja como for, não é algo que vá se concretizar. Afinal, poucas são as pessoas que não compartilham dessa insegurança, dessa bagunça. E encaremos os fatos, é mais fácil ganhar na loteria do que saber o rumo que a vida irá tomar. Talvez seja um desejo egoísta, after all. Ou talvez seja apenas a minha mente desviando da realidade e montando mais um enigma que eu nunca conseguirei resolver. As respostas nunca virão, essa é a única certeza que eu tenho. Pelo menos não da forma como eu desejaria que viessem.


Curiosamente, entre as palavras confusas e uma escrita doída, essas indagações eternas acabaram por trazer um ponto positivo: mais um texto para a coletânea. E com isso, eu acabo me perguntando se algum acontecimento da minha vida não acabará no papel ou na poesia. Hahaha. Olha aí... mais uma pergunta para a coleção.

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Eu sei, eu sei. Desapareci do blog e peço ZILHÕES de desculpas. Acreditem, eu estou super envergonhada com essa situação. 
O problema foi que a coluna mudou de dia, eu acabei me enrolando, não consegui me organizar direito e, para completar, tive alguns problemas familiares - como de praxe. 
MAS, fico feliz em dizer que voltei para ficar - prometo - e que cumprirei minha escala direitinho. 
Queria "voltar" para o blog com algo bem animado e interessante, mas precisava colocar essas palavras para fora. Esse é, provavelmente, o texto mais pessoal que já escrevi. E ele está aqui no blog porque acredito que muitas pessoas se sintam da mesma maneira. Portanto, cá estou eu para praticar a universalidade. Hahaha.
Espero que gostem!
Um beijo grande e até domingo que vem!

Xx
Gabriela

Ps: Babs, chefa, MUITO obrigada por não me demitir. HAHAHAH. Eu sei que merecia =X mas ó, não esqueça que te amo! 



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